BIMSafety - O BIM e a prevenção de riscos na construção
Introdução
A pertinência de uma nova abordagem à gestão de riscos no setor da construção justifica-se por cinco fatores-chave:
1) Apesar do decréscimo do volume de trabalho no setor da construção, continua a ocorrer um elevado número de acidentes de trabalho e doenças profissionais, com um impacto financeiro e logístico considerável nas empresas.
2) A gestão da manutenção do edificado tem vindo a assumir um relevo gradual no ciclo de vida deste.
3) O modo atual de gerir os riscos profissionais revela-se pouco adequado: a prevenção em fase de projeto é inexistente e a prevenção em fase de obra é sustentada em procedimentos considerados aborrecidos por quem tem de os implementar e pouco integrados no planeamento da tarefa. Este enquadramento origina um espírito de desvalorização desta problemática, fazendo com que a gestão de riscos assuma, quer em termos de avaliação de riscos quer em termos do seu controlo, um caráter lateral e não integrado no projeto, construção e manutenção do edificado.
4) As ferramentas Building Information Modelling (BIM), têm vindo a ganhar cada mais relevo na elaboração e utilização de projetos de arquitetura, estruturas e outras especialidades. No caso da prevenção de riscos profissionais, o BIM ainda não tem o relevo que possui nas outras especialidades.
5) Por motivos legais: Tendo em conta os princípios gerais da prevenção, urge atender ao estado de evolução da técnica, designadamente ao nível das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para propiciar uma mais eficaz gestão de riscos.
Face a este panorama, a Xispoli Engenharia e o Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade do Minho estabeleceram uma ligação estratégica técnico-científica, com o objetivo de desenvolver trabalhos de investigação e desenvolvimento na área da prevenção de riscos profissionais com utilização de ferramentas BIM, designadamente a automatização parcial das atividades de gestão de riscos em fase de projeto, construção e exploração do edificado. Tendo já sido realizados e publicados os primeiros passos dados para esta abordagem, impõe-se agora tentar colmatar as lacunas técnico-científicas existentes:
1) Não existe um documento normativo sobre a transmissão e o uso de informação de caráter preventivo;
2) Não existe uma biblioteca organizada, sistematizada e disponível na Internet, de objetos ligados à gestão de riscos, implicando a necessidade de realizar a modelação e parametrização do objeto a utilizar, da primeira vez que se pretende usá-lo;
3) Embora alguns países tenham já apresentado propostas, ainda não foi encontrado, nem testado, um modo expedito de integrar a temática da gestão de riscos no software de modelação;
4) Não existe, em Portugal, um caso de aplicação prática da utilização de BIM na gestão de riscos nas fases de projeto, construção e manutenção;
5) Não está disponível, no mercado internacional, um guia técnico de implementação, nem documentos evidenciadores de práticas estado-da-arte que traduzam o legado do já executado.
SAFETY - THE 8 DIMENSION
Principais objetivos do BIMSafety
- Preparar um documento de caráter normativo sobre a troca e o uso de informação sobre riscos profissionais utilizando o BIM;
- Testar a aplicação da proposta de documento normativo num caso prático de estudo;
-Criar um guia de interpretação de documento normativo;
- Realizar um levantamento das práticas “estado da arte”;
- Realizar a transposição de práticas “estado da arte” para a realidade portuguesa;
- Criar um guia técnico de implementação das práticas “estado da arte”;
- Programar um módulo de extensão (plug-in) para introdução da temática da prevenção no software de modelação;
- Testar o módulo de extensão em caso prático de estudo;
- Elaborar um manual de utilização do módulo de extensão.